Se você é daqueles que reduz a velocidade no radar e acelera logo depois, fique sabendo que isso está com os dias contados.
Um novo tipo de radar está começando a mudar o jogo, e ele não quer saber se você passou devagar só no ponto de fiscalização. Essa nova tecnologia já está instalada em várias cidades do Brasil e, mesmo sem multar oficialmente, já está forçando os motoristas a mudar de atitude. Mas logo mais, a fase educativa vai acabar e eles vão começar a aplicar multas de forma oficial.
O que é exatamente esse novo esquema de multas? E por que ele torna inútil o velho truque de frear só no radar? Mais importante, essa tecnologia é uma ferramenta para salvar vidas ou só mais um braço da indústria da multa?
O Problema do Radar Fixo Tradicional
Os radares fixos registram a velocidade do veículo em um ponto específico da via. Por muito tempo, foram a principal ferramenta para fiscalizar o excesso de velocidade no Brasil.
Com o tempo, no entanto, os motoristas pegam a "manha":
Sabem onde estão e conseguem "driblar" o sistema.
Basta frear ou se aproximar do radar e acelerar novamente depois de passar.
Ferramentas como o Waze tornam isso ainda mais fácil, avisando sobre radares fixos e até móveis.
Aceleradas e freadas bruscas causam instabilidade no trânsito e aumentam o risco de colisões traseiras, especialmente em vias de alta velocidade. É exatamente o oposto do que a fiscalização deveria evitar.
A mudança real está nos novos Radares de Velocidade Média, que vão penalizar justamente o hábito de frear só no radar e depois acelerar.
📷 Como Funciona o Radar de Velocidade Média
O conceito é simples e muito mais eficaz para monitorar a conduta do motorista ao longo de um trecho:
Câmera 1 (Início): Registra a placa e o horário de passagem em um ponto da via.
Câmera 2 (Fim): Localizada a alguns quilômetros à frente, registra a placa e o horário de saída.
Cálculo: O sistema usa a distância conhecida entre as câmeras e o tempo percorrido para calcular a velocidade média do veículo.
Exemplo Prático: Se o limite da via é 60 km/h, para percorrer 1 km}, o motorista precisa levar pelo menos 60 segundos. Se ele fizer o trajeto em menos tempo, significa que excedeu o limite, e a multa virá da mesma forma, mesmo que ele tenha passado devagar pelos radares.
No Brasil, esse sistema funciona hoje de forma educativa. Ou seja, mesmo quem acelera entre os radares recebe apenas um aviso.
📈 Resultados e Implementação no Brasil
Enquanto no país o sistema ainda aguarda regulamentação para multar, os radares educativos já mostram resultados positivos e indicam uma mudança de comportamento:
BR-050 (Uberaba): Trechos de 11 km com equipamentos educativos reduziram em 22,5% os flagrantes por excesso de velocidade.
São Paulo, DF e Curitiba: Já têm os radares instalados, com a fase de testes e conscientização em andamento.
Comportamento: Os resultados indicam que motoristas mantêm uma condução mais uniforme e segura. Guilherme Araújo, presidente da Velsis, afirma que o controle “inibe o comportamento conhecido como acelera e freia, promovendo uma direção mais segura e fluida”.
🌍 O Impacto Global: Foco em Segurança
Lá fora, os efeitos são ainda mais claros e comprovam o impacto do controle de velocidade média:
Suécia: Redução de 3,6 km/h na velocidade média resultou em queda de 61,6% nas mortes e 33,4% nos feridos graves em acidentes.
Holanda: O uso de radares diminuiu 19% o número de acidentes.
A explicação é simples: trânsito previsível, velocidade constante, menos risco para todos. A OMS reforça que uma redução de apenas 1% na velocidade média pode diminuir até 4% os acidentes fatais, pois a energia liberada no impacto cresce com o quadrado da velocidade.
França, Itália, Espanha e Reino Unido também usam radares de velocidade média, principalmente em túneis, curvas perigosas e trechos de serra, locais onde manter velocidade constante é crucial.
⏳ O Futuro da Fiscalização no Brasil
No país, a alta velocidade continua sendo um problema sério e a infração mais recorrente, segundo o RENAINF, é o excesso de velocidade.
Apesar de alguns motoristas ainda tentarem "driblar o sistema" ou exibirem comportamentos arriscados nas redes sociais, o foco precisa mudar: se apenas 1% de redução na velocidade média já diminui 4% das mortes, talvez seja hora de pensar menos em fugir da multa e mais em prevenir tragédias.
A fase educativa desse tipo de radar está com os dias contados. A expectativa é que em 2025 esses radares comecem a multar oficialmente, com aval do CONTRAN e certificação do Inmetro, tornando nossas ruas e rodovias mais seguras.
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